"Meus olhos andam sem sono,somente por ter avistarem de uma tão grande distância
De altos mastros ainda rondo tua lembrança nos ares.
O resto é sem importância.
Certamente, não há nada de ti,sobre este horizonte,desde que ficaste ausente.
Mas é isso o que me mata:
sentir que estás não sei onde, mas sempre na minha frente.
Não acrediteis em tudo que disser a minha boca sempre que te fale ou cante.
Quando não parece, é muito,
quanto é muito, é muito pouco, e depois nunca é bastante...
Foste o mundo sem ternura em cujas praias morreram meus desejos de ser tua.
A água salgada me escuta e mistura nas areias meu pranto e o pranto da lua.
Penso no que me dizias, e como falavas, e como te rias...
Tua voz mora no mar.
A mim não fizeste rir e nunca viste chorar.
(Porque o tempo sempre foi longo para me esqueceres e curto para te amar.
Cecilia Meireles
quarta-feira, 20 de maio de 2009
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